Gravidez: categoria não-ficção
Nunca sonhei em ser mãe. Ainda crianças, as meninas imitam as adultas fazendo grinaldas de lençol e estufam as camisetas com falsos bebês de pano na barriga. Meu ideal de maternidade na infância se resumia a ter uma daquelas Barbies com a barriga removível, que, quando retirada, revelava um bebezinho dentro. Eu achava aquilo sensacional! O problema é que brincar de Barbie dava muito trabalho. Eu gastava a maior parte do tempo da brincadeira arrumando a casinha das bonecas, as roupinhas, penteando e hidratando os cabelos delas com o melhor sabonete do banheiro da minha mãe. Quando chegava a parte lúdica propriamente dita, de simular a interação entre as bonecas e inventar as histórias, eu já estava cansada de tanto arrumar o cenário. Brincar de casinha dava muito trabalho! Criar filhos pentelhos também, especialmente os da Barbie, que não cresciam nunca. Foi só em 2022, retornando de uma viagem, que deu aquele clique. Eu e o Eduardo já vínhamos falando sobre isso, sobre ter ou não...